O glúten é uma proteína presente no trigo, na cevada e no centeio, nutrientes encontrados em alimentos como pães, torradas, massas e bolos. Em pessoas com intolerância ao glúten, o consumo desses quitutes pode causar dor, inchaço abdominal e diarreia.
A intolerância ao glúten ocorre quando o organismo tem dificuldades ou é incapaz de digerir o glúten. Nesses casos, o glúten danifica as paredes do intestino delgado, provocando sintomas incômodos.
É importante fazer o teste de intolerância a glúten o quanto antes para começar a tratar o problema de forma adequada.
Intolerância ao glúten X doença celíaca
É comum confundir e até achar que intolerância ao glúten e doença celíaca são sinônimos. Mas não são.
A intolerância ao glúten não é uma doença, mas uma condição merece atenção e tratamento, uma vez que prejudica a qualidade de vida do indivíduo e pode trazer prejuízos nutricionais.
Já a doença celíaca é uma condição mais grave. Ela ocorre quando o contato do intestino com o glúten causa uma reação do sistema imunológico.
Segundo o Ministério da Saúde, em alguns casos, até o contato com utensílios que possuem resquícios de glúten pode afetar o doente.
A doença celíaca é, portanto, uma doença autoimune desenvolvida por pacientes com genes específicos (HLA-DQ2 e DQ8).
A intolerância ao glúten, por outro lado, costuma ser mais moderada (o grau varia de pessoa para pessoa) e não se sabe ao certo quais são as causas, mas fatores genéticos podem estar envolvidos.
Apesar dos sintomas desconfortáveis, não há comprometimento do sistema imune.
Sintomas e diagnósticos da intolerância ao glúten
Os sintomas da intolerância ao glúten podem aparecer em qualquer fase da vida, inclusive na infância. São eles:
- Inchaço
- Diarréia
- Náuseas
- Dores abdominais
- Sentimento geral de desconforto
- Constipação
- Fezes com odores fortes
- Dores de cabeça
- Ansiedade
- Erupções cutâneas
- Palidez
- Dores musculares
Devido aos sintomas incômodos, a intolerância ao glúten pode prejudicar bastante a qualidade de vida do indivíduo, além de provocar perda de peso e anemia quando os sintomas forem mais graves ou o tratamento não for adotado.
O diagnóstico da intolerância ao glúten é feito pelos sintomas, histórico clínico e exames complementares de sangue, fezes e urina.
Outra forma de diagnosticar a intolerância ao glúten — uma das mais adotadas — é fazer uma dieta de exclusão, deixando de consumir todos os alimentos que o contêm e observando se os sintomas melhoram.
O glúten fora de moda
De acordo com a Academia Americana de Asma e Imunologia, a conscientização sobre a doença celíaca e as intolerâncias causadas no organismo contribuíram para um mercado de 2,6 bilhões de dólares em produtos sem glúten.
Mas o mercado também foi aquecido pela adoção de dietas sem glúten que prometem emagrecimento, melhor saúde e bem-estar.
A prevalência da doença celíaca é de aproximadamente 1.4% no mundo, de acordo um estudo publicado em 2018 no jornal Clinical Gastroenterology and Hepatology.
Em relação à intolerância ao glúten, no entanto, os dados não são tão claros.
No entanto, também segundo a Fenacelbra, o número de pessoas que consomem uma dieta sem glúten é muito mais alto do que o de pessoas celíacas.
A Federação acredita que além dos intolerantes ao glúten, que precisam cortar a proteína da alimentação para controlar os sintomas, há quem prefira simplesmente eliminá-los da dieta.
Mas será que uma dieta sem glúten realmente faz tão bem assim para a saúde? Não há evidências científicas que corroborem a ideia. Uma coisa é certa: manter uma alimentação mais natural e saudável é o melhor caminho.
Porém, se você tem os sintomas de intolerância e desconfia que possam estar relacionados ao glúten, procure o médico. O profissional de saúde irá recomendar o tratamento adequado para a sua situação.
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