previdência privada

Previdência Privada Atrai Mais Investimentos de Brasileiros

No primeiro trimestre, a arrecadação aumentou 4,9% em comparação ao mesmo período de 2022 e chegou a R$ 39,3 bilhões.

 

Cada vez mais, os brasileiros estão considerando a possibilidade de investir em previdência privada como uma forma viável de planejamento financeiro, o que tem contribuído para o crescimento na contratação desse tipo de plano.

 

De acordo com dados divulgados pela Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi), aproximadamente, 11 milhões de pessoas têm planos de previdência privada no Brasil. Nos três primeiros meses deste ano, a arrecadação registrou aumento de 4,9% em comparação ao mesmo período de 2022, atingindo um montante de R$ 39,3 bilhões.

 

A captação líquida dos planos nesse mesmo período alcançou a marca de R$ 5,3 bilhões, uma vez que os resgates totalizaram R$ 34 bilhões, indicando o incremento de 9% em relação ao ano anterior.

Os dados mostram, ainda, que os ativos sob gestão em planos de previdência privada aberta representam a cifra de R$ 1,26 trilhão, o equivalente a 12,5% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.

Modalidades na previdência privada que ganham destaque

 

A modalidade Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL) tem sido destaque na preferência dos brasileiros. No período analisado, foi responsável por 91,3% do montante total captado pela previdência privada, o correspondente ao montante de R$ 35,9 bilhões.

 

Nesse tipo de plano, os investidores fazem contribuições mensais com o objetivo de obter rendimentos ao longo do tempo, por meio da aplicação de juros. Com relação à tributação, o Imposto de Renda (IR) incide somente sobre os valores auferidos com o investimento.

 

No que diz respeito à distribuição dos planos comercializados durante o primeiro trimestre, 61% correspondem ao VGBL, enquanto 21% se referem ao Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) e os 18% restantes foram direcionados aos planos tradicionais ou Fundo de Aposentadoria Programada Individual (Fapi).

 

O PGBL opera de maneira similar ao VGBL, com a vantagem de permitir que as contribuições sejam deduzidas do Imposto de Renda (IR), desde que não ultrapassem 12% da renda bruta anual do contribuinte.

 

Em termos de montante arrecadado por produto contratado, o PGBL registrou um total de R$ 2,7 bilhões durante o primeiro trimestre do ano, representando 7% da arrecadação total. Já os outros planos somaram R$ 800 milhões, o equivalente a aproximadamente 2% do valor arrecadado.

 

De acordo com a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), há maior conscientização dos brasileiros sobre a importância do planejamento financeiro, o que tem refletido na realização de um número maior de investimentos.

 

A análise da Anbima pode ser utilizada para explicar o aumento da contratação de planos de previdência privada no país. Cada vez mais, as pessoas estão percebendo a necessidade de planejar as finanças, preservar o patrimônio e buscar retornos mais robustos para conquistar a estabilidade no futuro.

 

Essa dinâmica ocorre, paralelamente, à queda na rentabilidade da tradicional caderneta de poupança.

Classe C impulsiona contratos e investimentos mais acessíveis

 

A classe C tem sido a principal responsável pelo aumento da procura por planos de previdência privada no Brasil. Esse tem sido um público-alvo importante para as seguradoras que, atentas à demanda, passaram a oferecer opções com contribuições mais acessíveis, a partir de R$ 50.

 

A expansão desse mercado tem sido observada, sobretudo, após a aprovação da Reforma da Previdência, em 2019. As novas regras para a aposentadoria acenderam o debate sobre a necessidade de formas alternativas para complementar a renda, além do benefício do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

 

Em entrevista à imprensa, o presidente da Comissão de Produtos por Sobrevivência da Fenaprevi, Sandro Bonfim, observou que a tendência em questão está relacionada ao fato de que a classe C vivenciou um período de crescimento substancial, entre 2000 e 2010. Apesar dos desafios econômicos atuais, há a expectativa de que essa classe retome, cada vez mais, a adesão a esses planos.

 

Por isso, a perspectiva é que os números da previdência privada sigam em alta. Em geral, as pessoas da classe C buscam investimentos que ofereçam rentabilidade superior à aposentadoria. Assim, as opções de médio a longo prazo atendem diversas finalidades, como financiar a educação dos filhos, viabilizar um intercâmbio ou adquirir um imóvel.

Como escolher o plano de previdência privada ideal

 

Em entrevista concedida à imprensa, o coordenador dos MBAs em Finanças do Ibmec-RJ, Gustavo Moreira, compartilhou orientações sobre como tomar decisões na escolha de uma previdência privada.

 

Segundo o especialista, o passo crucial antes de considerar a contratação de um plano é a elaboração minuciosa de um orçamento, levando em consideração todas as despesas e as prioridades financeiras.

 

Ele explica que a ideia de destinar recursos para a aposentadoria deve ser uma prioridade somente após a quitação das dívidas existentes e o estabelecimento de uma reserva de emergência equivalente ao valor de seis a 12 meses de salário.

 

Na hora de contratar o plano, a orientação é analisar as condições do contrato, observando informações como tipo de plano, prazo para resgate e cobrança de taxas, como alerta o professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Pedro Leão Bispo.

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Jorge Torrez
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