Escolha depende da cultura organizacional e do perfil da equipe. Saiba como acertar.
Licença-maternidade estendida, auxílio-creche e cartão restaurante são alguns dos benefícios corporativos que as empresas podem oferecer às colaboradoras que são mães. Como conciliar a maternidade com a carreira profissional pode ser uma tarefa complexa, as organizações devem estar atentas à importância de apoiar as funcionárias. Além de demonstrar uma cultura organizacional inclusiva, a prática ajuda a atrair e reter talentos.
No entanto, a realidade vivida pelas mulheres ainda é bem difícil. Muitas profissionais, mesmo que relutantemente, deixam o mercado de trabalho ou interrompem suas carreiras para se dedicarem à maternidade por falta de uma rede de apoio. Outras enfrentam uma situação ainda mais desafiadora: a demissão após o período da licença-maternidade.
Segundo informações da Fundação Getúlio Vargas (FGV), quase metade das mulheres que tiram licença-maternidade ficam fora do mercado de trabalho formal por um período de dois anos. A maioria dessas saídas ocorre sem justa causa, por decisão do empregador, gerando uma sensação de insegurança na mulher ao comunicar a gravidez ao gestor.
Ainda de acordo com a FGV, a licença-maternidade padrão de 120 dias não é suficiente para manter as mães no trabalho. Considerando a informação, os benefícios corporativos podem ser decisivos para a manutenção dessas mulheres no mercado.
Dessa forma, cabe ao setor de Recursos Humanos realizar a gestão dos benefícios para compreender o que melhor atende as colaboradoras. Entre as opções mais comuns que podem fazer a diferença no período de retorno da mãe ao trabalho estão: auxílio-creche ou pré-escola, plano de saúde, auxílio farmácia, tíquete alimentação e vale-refeição.
Serviços como o Gympass, que dá acesso às academias, também se tornam recursos importantes para apoiar e encorajar o retorno saudável das mães ao ambiente de trabalho. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a atividade física regular é essencial para prevenir doenças cardíacas, diabetes, câncer e promover a saúde mental e cognitiva.
Benefícios impulsionam produtividade, atração e retenção de talentos
A Pesquisa Aon de Benefícios – um estudo abrangente e anual sobre as vantagens corporativas oferecidas pelas empresas, em curso há quase 20 anos -, é fonte de informação para as organizações que desejam oferecer esses recursos aos colaboradores.
Em entrevista à imprensa, o CEO da Aon Brasil, Marcelo Homburger, destacou que o cuidado com os funcionários é fundamental para promover uma cultura organizacional pautada em valores como transparência, produtividade, eficiência e diversidade.
Dessa forma, empresas que oferecem benefícios corporativos experimentam melhorias na motivação da equipe, no clima organizacional, na atração e retenção de talentos e na produtividade. Para as mães, o apoio mostra-se ainda mais significativo, aumentando os sentimentos de valorização e pertencimento.
A pesquisa destacou o crescente interesse das empresas em promover a diversidade e a inclusão em seus quadros de funcionários. O dado demonstra o reconhecimento de que uma equipe diversa enriquece o ambiente de trabalho e contribui para a inovação.
Nesse sentido, o alinhamento dos benefícios corporativos ofertados contribui para atrair, reter e promover profissionais de diversas origens e características, como mulheres, negros, pessoas LGBTQIAPN+ e pessoas com deficiência.
Necessidades e preferências devem nortear a escolha de benefícios
Para selecionar os benefícios ideais para as mães que integram a equipe, é recomendável avaliar suas necessidades e preferências. Isso pode ser feito por meio de pesquisas internas, diálogo aberto e feedback das colaboradoras.
A combinação certa de benefícios pode variar de acordo com a cultura organizacional e o perfil da equipe. Todavia, o compromisso genuíno em apoiar as mães e promover um ambiente de trabalho inclusivo possibilita construir uma força de trabalho engajada e produtiva.
O auxílio-creche, por exemplo, é uma das ajudas mais comuns, para que as mães possam lidar com os custos associados à assistência à infância. Além do alívio financeiro, essa é uma maneira de proporcionar a tranquilidade de saber que os filhos estão seguros enquanto as profissionais estão no trabalho.
A flexibilidade de horário também é valorizada, permitindo que as mães ajustem suas jornadas de acordo com as necessidades familiares, o que pode incluir horários alternativos e trabalho remoto.
Além disso, como a maternidade pode ser desafiadora em diversos aspectos, o apoio psicológico é outra possibilidade. Programas de aconselhamento e acesso aos profissionais de saúde mental podem ajudar as mães a lidar com questões emocionais e reduzir o estresse, facilitando o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal.
É importante, ainda, que os gestores se atentem às oportunidades de desenvolvimento profissional. Oferecê-las demonstra o compromisso da empresa com o avanço das carreiras das mulheres.
Algumas organizações optam por estender a licença-maternidade, permitindo que as genitoras passem mais tempo com seus recém-nascidos, fortalecendo o vínculo entre a mãe e o bebê.
A orientação da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH) é que os profissionais da área realizem pesquisas internas que possam ajudar a compreender qual é a melhor maneira de realizar a gestão dos benefícios corporativos.
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