dependência química

Saiba tudo sobre a dependência química [GUIA 100%]

É comum se ouvir falar sobre a dependência química, entretanto, poucas pessoas conhecem a fundo a doença e sabem sobre o assunto profundamente. Familiares e amigos de pessoas que sofreram ou sofrem de dependência química muitas vezes ficam sem saber como lidar com a situação, uma que envolve uma série de alterações comportamentais e físicas, além da negação do indivíduo ao tratamento.

Para lidar com uma pessoa com dependência química é preciso saber como ela funciona e o que ela faz com o paciente. Dessa forma, é possível entender as atitudes, como mentiras, manipulação e agressividade, assim como outros sintomas, e procurar a ajuda médica e tratamento mais adequado.

Saiba tudo sobre a dependência química neste texto preparado pela Brasil Emergências Médicas para ajudá-los!

Por que o dependente químico mente?

Antes de começar a falar sobre a dependência química, é preciso esclarecer que dependente não é um marginal, uma pessoa sem caráter ou um fraco. Tratar um dependente químico com preconceitos e julgamentos pode acabar piorando ainda mais a situação e o colocando em buraco cada vez mais fundo e difícil de sair.

Definida pela Organização Mundial da Saúde como uma doença classificada como um transtorno mental e comportamental causado pelo uso constante de drogas e outras substâncias químicas, tratar um dependente químico com amor e compreensão é o primeiro passo para tentar ajudá-lo.

Na tentativa de esconder o vício, seja por vergonha ou para evitar que a outra pessoa ofereça algum tipo de tratamento, é comum que o dependente químico minta para sobre onde estava, o que estava fazendo ou a última vez que usou alguma substância. As mentiras começam pequenas até chegar ao ponto de o próprio adicto acreditar no que está dizendo.

É preciso lidar com esses momentos com muita paciência e empatia, uma vez que para o dependente químico consumir a droga se torna seu principal objetivo. Portanto, brigar e humilhá-lo só irá afastá-lo de aceitar a ajuda que ele precisa.

dependência química

Como funciona a dependência química?

Para que você consiga entender melhor como funciona a dependência química dentro do organismo do indivíduo, tente entender como o explicado pelo médico Drauzio Varella, que expõe que há no cérebro de cada um, uma área responsável pela sensação de prazer.

As drogas que causam dependência química pervertem essa região, fazendo com que a pessoa dê preferência absoluta àquela sensação propiciada pelo uso da droga e menosprezando as outras fontes de prazer.

Portanto, a disfunção cerebral causada pela exposição repetidas vezes a essas substâncias químicas não permite que o indivíduo simplesmente as deixe e volte para sua vida. Por isso, o tratamento especializado com equipe multidisciplinar e, muitas vezes, internação em clínicas de reabilitação se torna necessário para realizar a desintoxicação do corpo e do cérebro.

Quais drogas podem causar dependência química?

As drogas com maior capacidade de liberação de dopamina e alteração na atividade mental são as com maior capacidade de causar a dependência. Cada droga oferece um tipo de experiência ao usuário e sintomas diferentes podem surgir, mas em todas, o uso constante traz sérias consequências físicas e mentais.

Veja a seguir as principais drogas que causam dependência química:

  • Maconha
  • Cocaína
  • Nicotina
  • Crack
  • Álcool
  • Anfetaminas

Quais os sintomas da dependência química?

Alguns dos sintomas mais característicos da dependência química são a abstinência e a tolerância à substância. De maneira geral, o padrão de sintomas observados em dependentes químicos inclui:

  • Desejo incontrolável de consumir a substância, também chamada craving.
  • Perda de controle (a pessoa não consegue parar ou respeitar sua vontade, mesmo que ela não queira).
  • Maior tolerância (para sentir a sensação desejada, é necessário fazer o uso de doses cada vez maiores).
  • Abstinência, que se caracteriza pela manifestação de sintomas físicos e cognitivos causados pela interrupção do uso da droga.
  • Alterações comportamentais devido ao uso de substâncias.
  • Diminuição cada vez maior das atividades sociais e das interações sociais, em que há um isolamento cada vez maior e incapacidade de comparecer a compromissos e manter uma vida social.
  • Desejo interromper o uso, mas sem conseguir exercer controle necessário para tal.
  • Isolamento social.
  • Problemas financeiros e até pequenos furtos para conseguir comprar a droga.
  • Desleixo com a aparência e com cuidados pessoais, como banho, cortar as unhas e pentear o cabelo.

Quais as causas da dependência química?

A dependência química não tem uma causa definida, podendo ser a junção de vários fatores. Além disso, ela pode ocorrer já na primeira vez do uso ou após o uso repetidas vezes.

Especialistas apontam que fatores biológicos, sociais e psicológicos influenciam diretamente na dependência química, podendo ser os principais fatores de risco.

1.    Fatores biológicos

Está relacionado a fatores genéticos, o que causa uma metabolização da droga de forma diferente, aumentando seu potencial e as chances da pessoa se tornar dependente químico. Pessoas com histórico de dependentes químicos na família precisam de um cuidado a mais e se manter longe dessas substâncias.

Além disso, a tolerância ao efeito das drogas também pode ter caráter genético e variar de acordo com os aspectos biológicos de cada um.

2.    Fatores sociais

Os aspectos sociais abrangem desde o ambiente familiar em que a pessoa está inserida, aos ambientes que ela frequenta e ao ciclo de pessoas do seu convívio. Problemas familiares e um ambiente de grande exposição e fácil acesso às drogas irá contribuir ao uso e, consequentemente, ao vício. Portanto, a soma de fatores e dos diferentes tipos de influência que a pessoa enfrenta pode acabar contribuindo para a dependência química.

3.    Fatores psicológicos

Os aspectos psicológicos e saúde mental podem também ter um papel determinante no vício. Problemas pessoais, dificuldades em lidar com as decepções e frustrações, tristeza, ansiedade e traumas podem ocasionar em uso de substâncias que causam a dependência, como uma tentativa de fugir da própria realidade. Claro que cada pessoa lida com essas emoções de forma diferente e elas sozinhas não são a única resposta às causas da dependência química.

Qual o grupo de risco?

Qualquer pessoa está sujeita a desenvolver a dependência química caso faça o uso de alguma substância que pode provocá-la. Entretanto, algumas pessoas apresentam um maior risco de acabarem se tornando dependentes químicos, sendo elas:

  • Homens adultos;
  • Adolescentes;
  • Pessoas que possuem alguém da família que é ou já foi dependente químico.

Quais as consequências da dependência química?

Quem já passou por situação como essa, sabe que as consequências da dependência envolvem, além dos aspectos físicos e psicológicos do dependente, toda a família e pessoas próximas. O desgaste emocional que a situação oferece faz com que a família do dependente também precise de ajuda profissional para passar por esse momento, assim como grupos de apoio de pessoas na mesma situação. Isso pode trazer força e esperança para aqueles que estão sofrendo vendo alguém que amam nessa situação.

Além disso, o dependente químico tem diversos prejuízos à saúde e à qualidade de vida, como déficit cognitivo, câncer, lesões no pulmão, cirrose, desnutrição, perda de peso e até mesmo doenças contagiosas como HIV e Hepatite.

Outra consequência do uso contínuo de drogas é a dificuldade do indivíduo em conviver em sociedade, realizar seus compromissos e estudos, fazer um bom trabalho, manter um relacionamento saudável e várias dificuldades sociais e comportamentais.

Quais os tratamentos mais efetivos?

No que diz respeito ao tratamento, o primeiro ponto a se destacar é que a dependência química é uma doença crônica que não tem cura, apenas o controle e exige muito esforço de todos os envolvidos.

Tratar a dependência química não é uma tarefa fácil, mas é totalmente possível. Portanto, para você que está passando por esse momento ou tem algum familiar nessa situação e não vê uma luz no fim do túnel, saiba que muitas pessoas conseguiram se recuperar e conquistar a liberdade e a vida longe das drogas.

Oferecer o apoio necessário a um dependente químico, com paciência, empatia e amor e buscar um tratamento especializado é o caminho para o controle da doença. Equipe multidisciplinar, com psicoterapia, grupos de apoio e mudança no estilo de vida, buscando seu bem-estar e recuperação são indispensáveis para o sucesso do tratamento.

Vale ressaltar que não existe uma receita de bolo ou um único tratamento para todos os dependentes químicos, podendo variar de acordo com o quadro clínico do paciente. A motivação e disposição do paciente para o tratamento também é avaliada antes de iniciá-lo, uma vez que é fator determinante na recuperação.

Tudo isso é feito com a ajuda de psicólogos e psiquiatras especializados no assunto que buscam mostrar ao paciente os riscos da dependência e os benefícios que ela terá caso abandone de vez o uso das substâncias químicas.

Uma das fases mais críticas do tratamento é a desintoxicação do organismo, em que é necessário que o paciente passe pelo período de abstinência. Os sintomas da abstinência podem ser intensos e apresentar riscos ao paciente, como convulsões ou necessidade de medicamentos específicos, além de todo apoio emocional e psicológico garantido pelos profissionais.

Por isso, em muitos casos é indicado a internação dependente químico nessa fase do tratamento, para assim, garantir a segurança e o suporte necessário ao paciente neste momento tão difícil.

A internação clínica é a melhor forma de tratar um dependente químico?

Como dito acima, não existe um único tipo de tratamento indicado para dependentes químicos, podendo variar de acordo com seu estado clínico. Entretanto, muitas vezes a internação em clínicas especializadas pode ser a única maneira do paciente receber todo o suporte adequado para conseguir superar o vício, mesmo que contra a sua vontade.

Quando o dependente químico chega ao ponto de apresentar risco para ele mesmo e para os outros, a família pode se ver sem outra saída a não ser interná-lo de maneira involuntária. Por mais que a princípio o dependente sinta raiva e rejeição, essa, muitas vezes, é a única solução de salvar aqueles que amamos, mas estão cegos pela droga.

É através da internação que o paciente terá todo suporte necessário para não enfrentar essa batalha sozinho e consegue superar o vício, mesmo que ela seja apenas uma etapa do tratamento e não a cura.

Remoção de dependentes químicos

A internação de dependentes químicos pode ocorrer de três maneiras, sendo elas a voluntária, a involuntária e a compulsória. Todas são regulamentadas pela Lei Federal 10.216/2001.

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O ideal é que o dependente químico tenha consciência da situação e procure tratamento de maneira voluntária. Entretanto, quando essa não é mais uma opção, pode ser necessário o resgate do paciente para internação involuntária ou compulsória.

Na internação involuntária é feito um pedido de internação por uma terceira pessoa e o procedimento deve ser autorizado por um médico credenciado e comunicado ao Ministério Público Estadual. A internação compulsória envolve uma ordem judicial, feita muitas vezes, quando não há nenhum responsável pelo dependente e o mesmo oferece riscos às pessoas de seu convívio.

A remoção de dependentes é um procedimento delicado, que deve ser feito de maneira ágil e cautelosa. Por isso, a Brasil Emergências Médicas conta com uma equipe de profissionais rigorosamente capacitados para lidar com esse tipo de situação.

Tudo é feito de acordo com o estabelecido junto a família e, caso o paciente apresente resistência, pode ser necessário o uso de sedativo para realizar a remoção com segurança. O transporte do paciente até a clínica é feito com acompanhamento médico especializado durante todo o caminho, até a chegada do local.

Por mais que seja o momento de dor para a família do paciente, é preciso ter mente que essa pode ser a única forma de ajudá-lo a mudar a sua realidade, sendo então, um ato de amor e não rejeição.

O acolhimento e suporte às famílias do dependente químico também é fundamental nesses momentos, para fazer com que tudo ocorra da melhor maneira possível e com o menor transtorno a todos os envolvidos.

Caso queira falar com um de nossos especialistas sobre a remoção e tratamento de dependentes químicos, entre em contato com a Brasil Emergências Médicas agora mesmo e obtenha a ajuda necessária!

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Gilson Rodrigues de Siqueira
Gilson Rodrigues de Siqueira
Formado em enfermagem, pós graduado, palestrante em dependência química, diretor e proprietário da Brasil Emergências Médicas, Visão Tattoo e escritor nas horas vagas.

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