Na maioria das vezes, pessoas com diabetes conseguem manter os níveis de glicose no sangue adequados, como de uma pessoa sem a condição, caso siga corretamente o tratamento. Entretanto, nos casos de diabetes descompensada ou esquecimento da aplicação de insulina, por exemplo, é possível que algumas emergências diabéticas ocorram.
Valores de referência da glicose no sangue
Glicemia de jejum normal: abaixo a 99 mg/dL;
Glicemia de jejum alterada: entre 100 mg/dL e 125 mg/dL;
Diabetes: igual ou superior a 126 mg/dL;
Hipoglicemia: igual ou inferior a 70 mg/dL.
Introdução glicose no sangue
Para ser considerado diabetes, é preciso realizar, pelo menos, dois exames de glicemia, em dias diferentes, e os dois apresentarem valor superior a 126 mg/dL. Vale ressaltar que uma glicose superior a 200 mg/dL já pode indicar diabetes e precisa da repetição do exame para acompanhamento.
Por ser uma doença comum e que todos nós podemos nos deparar em algum momento, separamos neste artigo quais os primeiros socorros para diabéticos, uma vez que tomar as medidas adequadas no momento em que a queda de glicose no sangue ou aumento ocorra é fundamental para evitar complicações de saúde no paciente. Portanto, continue lendo o texto!
Sintomas da glicose alta
Um dos principais sintomas que antecedem a diabetes é a glicose mais elevada que o normal no sangue. Os riscos que essa condição apresenta para saúde são inúmeros, aumentando as chances de enfermidades e interferindo na qualidade de vida da pessoa.
Uma glicemia alta indica que algo de errado está acontecendo no seu organismo e ele não está conseguindo absorver a glicose ingerida através da alimentação da maneira correta. O hormônio responsável por levar a glicose do sangue para dentro das células é a insulina, logo, os níveis elevados de glicose no sangue podem indicar que o organismo não está produzindo insulina ou está produzindo em quantidades insuficientes.
Alguns sintomas podem indicar glicose alta o sangue, como por exemplo:
- Fome excessiva;
- Mais cansaço que o normal e sem motivo aparente;
- Vontade de urinar a todo momento;
- Sede em excesso;
- Pele seca;
- Visão embaçada;
- Dificuldade de cicatrização;
- Tontura;
- Emagrecimento repentino;
- Dores de cabeça constantes;
- Náuseas.
Caso você apresente dois ou mais desses sintomas, procure fazer um exame de glicemia em jejum. O exame deve ser feito com 8 a 12 horas de jejum e irá medir o nível de açúcar na sua circulação sanguínea. Claro que tudo deve ser feito com acompanhamento médico adequado.
O que fazer quando a taxa de glicose está elevada?
O recomendado ao verificar a glicose alta no sangue é:
- Ingerir muita água após a refeição;
- Utilizar os medicamentos e insulina de acordo com a prescrição feita pelo médico;
- Diminuir a quantidade de carboidratos nas refeições;
- Aumentar a ingestão de alimentos rico em fibras;
- Evitar alimentos que apresentem alta carga de triglicerídeos.
As causas mais comuns da hiperglicemia são:
- Pré-diabetes;
- Diabetes mellitus;
- Diabetes gestacional;
- Estresse;
- Hipercortisolismo;
- AVC;
- Pancreatite;
- Infecções;
- Alguns medicamentos;
- Abuso de drogas.
Algumas medidas podem ajudar a manter a glicemia em níveis mais adequados como:
- Não fazer jejuns prolongados e fazer pequenas refeições em intervalos regulares de 3 horas;
- Evitar comer doces concentrados em excesso ou frutas isoladas como uma refeição;
- Evitar álcool e tabagismo;
- Praticar atividade física como caminhadas após as refeições principais e evitar dormir ou deitar.
Possíveis complicações da hiperglicemia
Caso o excesso de glicose não seja devidamente tratado, algumas complicações e riscos podem surgir, entre eles:
- Microangiopatia;
- Macroangiopatia;
- Retinopatia diabética;
- Nefropatia;
Sintomas da glicose baixa
Em contrapartida, a hipoglicemia se trata da queda acentuada dos níveis de açúcar no sangue. Os principais sintomas presentes nessa condição são:
- Confusão
- Tontura
- Fome
- Dor de cabeça
- Tremor
- Palidez
- Baixa coordenação motora
- Baixa concentração
- Desmaio
- Coma
A glicose é considerada uma das principais fontes de energia do cérebro. Portanto, quando seus valores se encontram muito baixos as chances de alterações no funcionamento desse órgão aumentam. Logo, identificar a hipoglicemia e tratá-la o mais rápido possível para reverter o quadro é fundamental. Os sintomas começam a aparecer quando há uma concentração inferior a 70 mg/dL.
As principais causas da hipoglicemia são:
- Produção excessiva de insulina pelo pâncreas;
- Uso inadequado de medicamentos utilizados no tratamento de diabetes (como tomar doses acima do recomendado);
- Insuficiência de órgão, como rins, fígado ou coração;
- Tumores no pâncreas;
- Ingestão de álcool;
- Atividade física exagerada sem compensar na alimentação;
- Deficiência dos hormônios que ajudam a liberar glicogênio.
Algumas recomendações gerais para evitar quadros hipoglicêmicos:
- Reduzir de maneira significativa a ingestão de açúcar branco, álcool e outros alimentos ricos em carboidratos simples;
- Dar preferência a frutas e verduras, aumentando a ingestão de fibras;
- Não pular refeições ou fazer longas horas de jejum;
- Evitar consumir bebidas alcoólicas;
- Fazer exercícios físicos de forma regular e moderada, sempre com acompanhamento profissional adequado;
- Diminuir o estresse;
- Fazer o uso de medicamentos da forma adequada e nas quantidades corretas.
Vale ressaltar que o acompanhamento com um profissional qualificado, como nutricionista e médico é essencial para manter a saúde do paciente e realizar as indicações específicas para cada caso.
O que é a diabetes?
Definida como uma doença crônica não transmissível, a diabetes tipo 1 e 2 é causada pela má absorção ou produção em quantidades insuficiente da insulina. Este hormônio é o principal responsável por regular a concentração de glicose no sangue e o seu mau funcionamento pode desencadear os quadros de hipo ou hiperglicemia.
A Sociedade Brasileira de Diabetes declarou que existem cerca de 13 milhões de pessoas com o diagnóstico da doença no país, correspondendo a cerca de 6,9% da população.
Quais os tipos de diabetes?
As diferentes formas que o diabetes de mellitus pode se apresentar no corpo irá indicar qual o tipo ele é considerado. Veja a seguir os diferentes tipos de diabetes e os sintomas de cada um:
? Diabetes tipo 1
Encontrada em menor escala nos pacientes diabéticos, a diabetes tipo 1 atinge cerca de 5 a 10% dos diagnósticos. Com seu surgimento, via de regra, na infância e na adolescência, é uma doença principalmente hereditária e ocorre quando o sistema imunológico começa a atacar as células do próprio corpo de maneira equivocada, impedindo que elas produzam a insulina.
As consequências disso é a permanência da glicose no sangue, impedindo que ela seja utilizada como fonte de energia pelo próprio corpo. O tratamento é a aplicação de insulina diariamente para regular a glicose no sangue e uso de outros medicamentos específicos para cada caso.
? Diabetes tipo 2
Na diabetes tipo 2, apesar do corpo ser capaz de produzir insulina, ela não é aproveitada adequadamente. A principal causa da doença é, principalmente, o sobrepeso, obesidade, sedentarismo, triglicérides elevadas e hipertensão. Mais comum em adultos, a diabetes tipo 2 acomete cerca de 90% dos diagnósticos totais de diabetes.
O tratamento da doença é feito através de mudança dos hábitos, atividade física regular e nos casos mais graves, aplicação de insulina ou outros medicamentos associados.
? Diabetes gestacional
Um outro tipo comum de diabetes é a gestacional. As alterações hormonais comuns durante a gravidez, podem acabar desencadeando um tipo específico de diabetes, que causa o aumento da glicose no sangue, geralmente detectada a partir da 24ª semana.
A exposição do bebê, ainda no útero, à glicose em excesso pode causar sérias consequências, como macrossomia fetal, hipoglicemia neonatal e sobrepeso e diabetes na vida adulta.
Veja alguns fatores de risco para diabetes gestacional:
- Idade materna mais avançada
- Ganho de peso excessivo durante a gestação
- Sobrepeso ou obesidade
- Síndrome dos ovários policísticos
- Histórico prévio de diabetes gestacional
- Histórico de parentes de primeiro grau com diabetes
- História de diabetes gestacional na mãe da gestante
- Hipertensão arterial durante a gestação
- Gestação múltipla
O controle da diabetes gestacional é feito através de acompanhamento nutricional, boas escolhas alimentares, exercício físico regular e estilo de vida adequado. A aplicação de insulina também pode ser necessária e é segura, sendo feita sempre com acompanhamento médico.
Quais os primeiros socorros para diabéticos?
As emergências para pacientes diabéticos envolvem, principalmente, medidas para reverter os quadros hipoglicemia ou hiperglicemia. As medidas de primeiros socorros para estas situações são:
1. Hiperglicemia
Caso a pessoa esteja inconsciente, faça a ela algumas perguntas importantes, como se ela se alimentou nas últimas horas, se utilizou algum medicamento ou tomou alguma medicação nova. Pergunte também quando foi a última vez em que realizou a aplicação de insulina e se possui algum glicosímetro.
Como medida de primeiro socorro é necessário injetar insulina para reverter o quadro. Por isso, busque realizar o seguinte passo a passo:
- Com a dose de insulina para casos de emergência em mãos, procure injetá-la com uma seringa na região próxima ao umbigo ou na área superior do braço.
- Segure a pele como uma prega e mantenha pressionada com os dedos, soltando apenas após todo o líquido ser injetado.
- Se não houver melhora do quadro pelos próximos 10 minutos ou se não houver uma dose de insulina para aplicar, chame a ambulância imediatamente para que o indivíduo tenha o tratamento adequado.
- Se houver desmaio durante o ocorrido, posicione a vítima de lado e aguarde a ajuda médica.
Após a aplicação da insulina, acompanhe a vítima e não a deixe sozinha, uma vez que pode ocorrer um quadro de hipoglicemia, caso a glicose diminua em excesso. Aguarde e veja se irá apresentar alguns dos sinais e sintomas.
2. Hipoglicemia
Alguém que apresente níveis de glicose no sangue inferior a 70mg/dL já poderá apresentar os sintomas da hipoglicemia. Como medida de primeiros socorros para essa situação, faça o seguinte:
- Tente fazer com que a pessoa ingira alguma fonte de açúcar ou glicose, como mel, uva passas, chiclete, balas ou refrigerante;
- Aguarde cerca de 15 minutos para ver se ocorre alguma melhora.
- Caso o quadro permaneça o mesmo, ofereça mais uma porção do açúcar.
- Se ainda não melhorar, chame a ambulância imediatamente.
- Se a pessoa ficar inconsciente, posicione-a de lado e aguarde a chegada da ambulância.
Vale ressaltar que ao contrário dos casos de hiperglicemia, não se deve aplicar insulina na hipoglicemia, uma ocorrerá a piora do quadro. Portanto, é muito importante verificar qual dos dois quadros a pessoa apresenta para tomar as medidas de primeiros socorros. Na dúvida, chame o serviço de emergência e aguarde a sua chegada para tratamento adequado.
Diabetes pode causar convulsão?
Em casos de hipoglicemia, o cérebro não recebe a glicose suficiente para usá-la como fonte de energia e, portanto, caso o quadro não seja devidamente revertido, pode levar a uma convulsão.
Como prevenir a diabetes?
Apesar da diabetes tipo 1 depender mais de fatores genéticos e do próprio organismo, alguns hábitos podem ajudar a prevenir a diabetes tipo 2 e a diabetes gestacional, entre eles:
- Praticar exercícios físicos regularmente
- Manter uma alimentação saudável e balanceada
- Controlar a pressão arterial
- Evitar álcool em excesso e tabagismo
- Manter o peso na faixa de normalidade para idade
Complicações da diabetes
A diabetes descompensada, ou seja, sem o tratamento adequado, pode causar ao indivíduo uma série de complicações, comprometendo seu estado de saúde e a sua qualidade de vida. Veja algumas possíveis complicações da diabetes:
- Neuropatia Diabética;
- Problemas arteriais e amputações;
- Complicações na vista, como catarata e glaucoma;
- Problemas nos rins;
- Convulsão
- Pele sensível e de difícil cicatrização, facilitando as infecções;
- Ansiedade;
- Depressão;
- Pé diabético.
Por fim, é possível perceber que a diabetes, apesar de uma doença comum e que pode ser controlada e o paciente levar uma vida normal, caso não tenha o acompanhamento médico e nutricional adequado, assim como a realização do tratamento indicado e das recomendações gerais de saúde, pode trazer maiores problemas à vida do indivíduo.
Saber como a doença funciona, como ela atua no corpo, os sintomas da hiperglicemia e da hipoglicemia e como agir em emergências diabéticas é imprescindível, principalmente aqueles que contam com pacientes diabéticos na família ou círculo social de convívio.
Se você conhece alguém que possa se beneficiar com essas informações, não esqueça de compartilhar, para que assim todos nós possamos manter aqueles que amamos em segurança e saudáveis!
Caso precise de ajuda sobre o assunto ou de atendimento de emergência, entre em contato conosco da Brasil Emergências Médicas agora mesmo! Atendemos 24 horas por dia, 7 dias por semana.
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